Resumo Os Crimes da Rua Morgue de Edgar Allan Poe

Resumo do Livro Os Crimes da Rua Morgue de Edgar Allan Poe.

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Resumo Os Crimes da Rua Morgue de Edgar Allan Poe
Os Crimes da Rua Morgue

Resumo sobre o livro Os crimes da Rua Morgue, de Edgar Allan Poe.

Pedro Schmidt de Oliveira, aluno do 4º período de Letras no Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora.IntroduçãoSe você considerar Vidocq e Voltaire, as histórias policiais podem ser consideradas uma invenção francesa, e há pessoas que consideram como a primeira história policial a fábula oriental A Peregrinação dos Três jovens Filhos do Rei de Serendip, que foi reelaborada por Voltaire em seu Zadig, mas se você considerar, como a maioria dos estudiosos, Poe o primeiro escritor de histórias policiais modernas, você tem um tipo de literatura inventada na América do Norte.

Apesar do norte-americano Edgar Allan Poe ser conhecido em todo o mundo como um escritor de terror e gótico, ele também é lembrado como o primeiro escritor policial moderno da história.

Em 1841 Poe publicou Os Crimes da Rua Morgue em que descreve a solução de um crime usando apenas a mente.

Este trabalho tenta mostrar o paradoxo em que a primeira história policial moderna, a base seguida por todas as histórias policiais que vieram depois, tem todos os elementos, desde o crime até o final surpreendente, mas o assassino não é um gênio criminoso, mas um assustado animal selvagem perdido na cidade.1 - Os Crimes da Rua MorgueEsta história é contada através de um narrador anônimo. Pouco se sabe sobre o narrador. Ele não nos diz de onde vem ou quando se passa a história, tudo o que sabemos é que se passa em Paris no século XIX.

O narrador conhece Monsieur C. Auguste Dupin em uma livraria e os dois acabam se tornando amigos. Monsieur Dupin que vem de uma família importante e abastada, mas agora não possui quase nada. A razão pela qual ele e seus ancestrais perderam todo seu dinheiro é, mais uma vez, omitida.

O narrador, homem de posses, aluga uma mansão deserta que, segundo reza a lenda, é assombrada. Ele e Monsieur Dupin concordam em morar juntos pelo tempo em que o narrador ficar em Paris.

No começo da história o narrador faz um discurso sobre análise. Enquanto lemos a história vamos entendendo o motivo de sua obsessão. Monsieur Dupin é um homem muito inteligente com um enorme talento para análise, capaz até de saber o que você está pensando baseado no o que lhe aconteceu durante o dia.

Enquanto eles andam pelas ruas um dia, eles vêem um jornal, e a matéria da primeira página é sobre um assassinato duplo, mãe e filha, na rua Morgue, uma viela deserta de Paris.

Os assassinatos são violentamente cruéis e não razão aparente, uma vez que nada foi roubado, apesar da casa estar em uma bagunça generalizada quando as pessoas entram.

A polícia francesa não tem nenhuma pista sobre o assassino, mas eles prendem um funcionário do banco que ajudou a vítima a levar um dinheiro pra casa na tarde do assassinato.

Monsieur Dupin acredita que ele pode libertar o homem, um conhecido dele, encontrando o assassino verdadeiro.

Com a permissão do chefe de polícia, Monsieur Dupin investiga a cena do crime e chega a uma conclusão. Ele coloca um anúncio no jornal dizendo ter capturado um orangotango e o dono deve buscá-lo.

Um marinheiro vai até a casa onde estão por causa do anúncio. Monsieur Dupin diz que sabe da verdade, que o orangotango é o assassino e homem deve dizer isto à polícia para que um homem inocente seja libertado.

O homem diz que o orangotango fugiu de sua casa. Ele seguiu o macaco até a rua Morgue, onde ele foi atraído por luzes vindas de uma casa, então ele entrou. O marinheiro não pode seguir o macaco até a casa, mas podia ver o que ele fazia. Ele começou a brincar com a mulher, mas ele se assustou e acabou matando a mulher e sua filha.2 - O Assassino da Rua MorgueEsta história de Edgar Allan Poe é considerada a primeira história policial moderna.

Apesar de Vidocq e até mesmo Voltaire terem trabalhado com alguns dos elementos que fazem a história policial que conhecemos hoje, somente Poe combinou todas elas dentro deste formato.

O estilo das histórias, assim como seu tamanho e intensidade variam de autor para autor e de livro pra livro, mas os elementos básicos de uma história policial permanecem os mesmos: um crime, um detetive e um criminoso.

O crime pode ser qualquer coisa imputável por lei, apesar do mais comum ser o assassinato. Assassinatos têm mais impacto sobre os leitores e mostram o criminoso como uma pessoa perigosa.

O detetive é geralmente um oficial da polícia ou um investigador privado, mas às vezes eles podem ser um simples membro da comunidade, como a Mrs. Marple de Agatha Christie. Na tradição norte-americana, detetives normalmente têm um passado obscuro e maneiras não ortodoxas de resolver os casos. Este não é o caso de Monsieur Dupin que, como na tradição britânica após ele, soluciona casos através de análise e dedução.

O criminoso é sempre alguém sem razões aparentes para cometer o crime. Ele geralmente é a última pessoa em que você pensa e sua identidade, assim como os motivos, são descobertos apenas no final da narrativa.

Todos estes elementos devem ser combinados de um modo que não fique óbvio, mas todos os fatos são revelados aos leitores enquanto o personagem principal os descobre, o que torna possível a descoberta do final por um leitor mais atento.

Os norte-americanos não seguiram a tradição de Os Crimes da Rua Morgue, mas os britânicos sim. Sir Arthur Conan Doyle com seu Sherlock Holmes e Agatha Christie com seus vários personagens, dos quais o mais famoso é o inspetor belga Hercule Poirot, seguiram a base das histórias policiais escritas por Poe.

Os norte-americanos só começaram a desenvolver seu estilo quando Dashiell Hammett criou o inspetor anônimo conhecido como Continental Op e seu personagem mais famoso Sam Spade. O estilo foi popularizado mais tarde quando Raymond Chandler criou Philip Marlowe, o modelo pelo qual todos escritores norte-americanos de histórias policiais baseariam seus detetives.

Mas o foco aqui é no criminoso e não no detetive.

O criminoso clássico das histórias policiais sempre são pessoas muito espertas e inteligentes, mas nunca tão espertas quanto os detetives. Normalmente o crime cometido parece ser algo além do que é na verdade e quando não, virtualmente nenhuma pista é deixada provando serem eles os criminosos. Somente um detetive brilhante pode descobrir o verdadeiro criminoso.

O que faz o criminoso de Os Crimes da Rua Morgue tão especial é fato de ele ser um animal irracional e não faz idéia do que está fazendo. O orangotango da história é levado à casa de Madame L'Espanaye pelo medo de apanhar novamente do seu dono.

Quando seu dono chega em casa, o macaco está no banheiro com um aparelho de barbear e um tubo de creme de barbear, imitando seu dono, algo que via sempre. Seu dono, vendo aquilo, pega seu chicote para colocar o orangotango de volta em sua jaula.

Com medo do chicote, o macaco foge e vai parar na rua Morgue, onde é atraído pelas luzes vindas do quarto de Madame L'Espanaye. Ele escala a janela e agarra a Madame com intenção de lhe fazer a barba. Sua filha desmaia. Quando a Madame começou a chutar e gritar para se livrar do orangotango, ele se torna violento e corta sua garganta. Depois estrangulou a filha com suas próprias mãos.

Quando começou a se acalmar ele entrou em pânico, porque se o seu dono visse o que ele fez provavelmente o espancaria, então ele começou a quebrar coisas e finalmente escondeu o corpo da Mademoiselle L'Esapanaye na chaminé e jogou o corpo da Madame pela janela, fugindo logo depois.

Conclusão

O grande paradoxo nesta história é que, apesar de ser considerada a primeira história policial moderna e de ter todos os elementos para isso, o criminoso é um animal irracional e não pode ser responsabilizado por seus atos.

Não existe um motivo ou um plano secreto para o crime, é somente um macaco com medo de seu dono.