Trabalho Pronto - Bernardo Guimarães

Resumo sobre o autor Bernardo Guimarães.

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Trabalho Pronto - Bernardo Guimarães
Bernardo Guimarães

Um escritor popular

Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, filho de Constança Beatriz de Oliveira Guimarães e João Joaquim da Silva Guimarães, nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825. Aos quatro anos mudou-se com a família para Uberaba, onde fez o curso primário. O secundário, iniciou em Campo Belo e terminou em Ouro Preto. Em 1847, aos 24 anos, matriculou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo.

Ao contrário dos estudos jurídicos, de que não gostava e por pouco não fora reprovado, o ambiente acadêmico – boêmio, festivo e influenciado pelas ideias do Romantismo - o atraía e o estimulava a desenvolver sua vocação pela literatura. Contemporâneo de escritores e poetas como José de Alencar e Casimiro de Abreu, torna-se amigo íntimo dos poetas Álvares de Azevedo e Aureliano Lessa. Tudo indica – mas nada prova – que tenha participado da famosa “Sociedade Epicuréia”.

A capital paulista era, então, habitada por não mais de 15 mil pessoas, que viviam escandalizadas com as aventuras devassas dessa sociedade secreta de estudantes, fundada em 1845. Seus membros, alunos da Academia, chamavam-se uns aos outros pelos nomes de personagens do Lord Byron e tinham, como objetivo principal, colocar em prática as “extravagantes fantasias” do poeta inglês. Realizavam orgias intermináveis e, diz a lenda, cerimônias macabras nos cemitérios paulistanos.

Antes da morte precoce de Álvares de Azevedo (1831-1852), os três amigos planejavam publicar um livro de versos, intitulado As Três Liras, nunca concretizado. 

Terminado o bacharelado em Direito em 1852, Bernardo Guimarães foi nomeado juiz municipal de Catalão, em Goiás e publica, neste mesmo ano, Cantos da solidão, seu primeiro livro de poemas.

Depois de passar seis anos em Goiás, o escritor muda-se para o Rio de Janeiro e, entre 1858 e 1860, trabalha como jornalista e crítico literário no jornal Atualidade. Retorna a Goiás em 1861, novamente como juiz municipal de Catalão. No mesmo ano, resolve absolver e libertar todos as pessoas presas por delitos de pouca importância, já que a cadeia pública estava abarrotada. Faz isso em um julgamento sumário, ousadia que lhe rende um processo. Defende-se e é absolvido, mas sua carreira jurídica ficou comprometida.

Em 1864, vai para o Rio de Janeiro e, em 1866, volta para Ouro Preto, onde se casa com Teresa Maria Gomes, com quem viria a ter oito filhos. Em Ouro Preto, leciona retórica e poética no Liceu Mineiro durante pouco tempo, pois o curso logo foi extinto. Anos depois, em 1873, em Queluz (MG), o fato se repetiu: o curso de latim e francês, ministrado por Bernardo Guimarães, também foi cancelado. Um dos seus biógrafos, Basílio de Magalhães, acredita que o motivo foi o mesmo em ambos os casos: a ineficiência de Bernardo Guimarães como professor e sua pouca assiduidade às aulas.

No entanto, a partir de 1869, Bernardo Guimarães já começava a se destacar como escritor de prosa de ficção, com a publicação de seu primeiro romance, O ermitão de Muquém. Três anos depois, publica duas de suas principais obras: O seminarista e O garimpeiro. Mas foi com a primeira edição de A Escrava Isaura, em 1875, em meio à campanha abolicionista, que o escritor ganhou fama e popularidade. 

Aos 58 anos, em 10 de março de 1884, Bernardo Guimarães morreu em Ouro Preto, deixando inacabadas as obras: A história de Minas Gerais, encomendada pelo imperador D. Pedro II, em 1881, e o romance O bandido do Rio das Mortes.

Em 1896, portanto doze anos após a sua morte, foi designado patrono da cadeira no 5 da Academia Brasileira de Letras.