Resumo sobre o Ciclo do Pau-brasil

Trabalho pronto escolar de história sobre o Ciclo do Pau-brasil.

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Resumo sobre o Ciclo do Pau-brasil

Flor da árvore do pau-brasil - Foto: Haroldo Lima

Por quase meio século depois do descobrimento, a "árvore de tinturaria" foi o único interesse português no Brasil. A existência do pau do brasil despertou de imediato os exploradores e a localização das árvores, bastante acessíveis no litoral, dispensavam perigosas expedições ao interior.

Não demorou muito para a primeira riqueza do país chegar perto da extinção. A exploração aliada à ocupação do litoral colocou em risco a existência do pau brasil.

A madeira tinha mercado certo na Europa onde era muito apreciada como tintura para tecidos. Portugal começou a usar a tintura no século XV mas, desde o século IX, os árabes já comercializavam o chamado "pau de tinta" vindo da Índia.

A extração da madeira brasileira foi arrendada a negociantes de Lisboa. Em 1502, um consórcio privado começou a explorar pau-brasil e escravizar índios. A Coroa recebia percentuais crescentes sobre o total arrendado e os negociantes obrigavam-se a continuar explorando o litoral, construindo e guarnecendo a fortaleza.

A segunda expedição de reconhecimento das novas terras retornou a Portugal em 1503 com uma carga de pau-brasil e escravos índios. A terceira expedição (1503-1504), da qual participou Américo Vespúcio, construiu uma fortaleza no porto hoje conhecido como Cabo Frio(RJ), de onde era feito o chamado resgate (carregamento) da madeira por navios europeus. Mais tarde surgiram pontos de resgate também em Pernambuco e na Baia de Todos os Santos (BA).

As árvores eram cortadas por índios e os exploradores chegaram a carregar 20 mil toras de pau- brasil só da feitoria de Cabo Frio. Esta intensa atividade de exploração não formou núcleos de povoamento mas foi registrada na documentação portuguesa e nas obras de artistas que retrataram os primeiros anos do Brasil.

Em 1832, com a notícia das primeiras descobertas de corantes artificiais, o mercado do pau-brasil para tintura começou a diminuir até1875 quando D. Pedro II extinguiu o imposto especial cobrado sobre a exportação do pau-brasil que passou a receber a mesma taxação das outras madeiras.

No entanto, uma nova etapa de exploração já estava iniciada. Em 1780, um artesão francês mudou a curvatura dos arcos de violino em busca de uma sonoridade mais limpa e descobriu que a densidade da madeira de pau-brasil dá o timbre perfeito, obsessão e busca de muitos músicos. Hoje as grandes orquestras sinfônicas só utilizam pau-brasil na feitura dos arcos de seus violinos e violoncelos dando preferência ao "pernambucowood" e a madeiras cujas árvores de origem tenham mais de 150 anos de idade.

Livro e ficha técnica

Brasil 500 anos de imagens: Ciclo do Pau Brasil

O livro vai reconstituir a história desta espécie relacionada à primeira preocupação ambiental brasileira e também a uma das mais intensas atividades exploratórias já desenvolvidas no país. As preocupações do governador de Pernambuco, Duarte Coelho que já no século XVII exigia a implantação de restrições à exploração e comercialização da madeira não evitaram que a árvore chegasse ao topo da lista de espécies ameaçadas de extinção.

Nada mais justo que as comemorações dos 500 anos do Brasil guardem lugar de destaque para esta árvore símbolo que é praticamente desconhecida pelos brasileiros.

Para isso, a coletânea Brasil 500 anos de Imagem vai retratar remanescentes dos bosques centenários ajudando a divulgar as características de uma árvore que não é reconhecida visualmente por grande parte da população nem mesmo pela beleza de suas flores amarelas.

O livro também vai buscar os remanescentes da arte da tinturaria com pau brasil e as novas aplicações da madeira que, por sua qualidade, é a preferida por todas as grande orquestras sinfônicas do mundo como matéria prima para arcos de violino e violoncelo.

E mostrar que o grande desafio atual na economia do pau-brasil é "viabilizar um sistema de silvicultura sustentável para garantir o abastecimento a longo prazo, de madeira para a indústria de arcos de instrumentos musicais, uma vez que a exploração predatória da espécie continua sendo feita, burlando os mecanismos de controle por parte do Estado. Isso é prioritário, pois não há na natureza estoques para suprir o mercado, nem para fazer o seu manejo sustentável".