Resumo A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco

Resumo do Livro A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco.

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Resumo A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco
A Brasileira de Prazins

Essa obra apresenta uma história passada numa aldeia do Minho. A principal personagem feminina, que dá o nome à novela, é Marta, filha de Simeão. O tema central é sua paixão por José Dias. Este é filho de um lavrador rico, Joaquim de Vilalva, que se recusa a aceitar a hipótese do casamento do filho com Marta. 

Escrita em 1879, numa época já distanciada das primeiras grandes novelas passionais de Camilo, as dificuldades agora criadas aos jovens têm um novo caráter. A mãe de José, Genoveva, ?tinha inconscientemente este horror moderno, científico, da hereditariedade?, diz o contador da história. 

A mãe de Marta, de reputação duvidosa, dera desgostos ao marido por ?andar muito falada com um frade de Santo Tirso?; tida como possessa do demônio, endoidecera, lançando-se às águas do rio Ave. Com o argumento de que ?má árvore, ruim fruto?, a família de José opõe-se ao idílio. Os dois jovens tornam-se amantes, na suposição de que, assim, a mãe de José, muito religiosa, acabaria por concordar com o casamento. Mas nada disso ocorre. 

Os acontecimentos da vida sentimental, nesta novela, já se complicam com problemas político-sociais portugueses de meados do século passado. As lutas pelo poder real entre Dom Pedro e seu irmão Dom Miguel apresentam-se numa fase de guerrilhas, que ocupam largo espaço na narrativa.

Assim é que José Dias e seu pai são perseguidos por um grupo de fanáticos populares seguidores de Dom Miguel, tendo à frente Zeferino de Zamela. Este não tem apenas razão política para isso: é também rival de José Dias, apaixonado por Marta, que lhe fora prometida em casamento pelo pai?promessa não cumprida. 

Enquanto isso ocorre, chega do Brasil um tio de Marta, Feliciano Rodrigues, de quarenta anos, solteirão e milionário. Era mais um aspirante à mão da moça, e se torna o predileto do pai dela. José Dias, entretanto, adoece e morre tuberculoso. Como é freqüente nas novelas camilianas, esses amores são revividos pelas cartas ou bilhetes trocados entre a moça e o rapaz.

O narrador declara, no início, que encontrara, dentro de um livro, um bilhete que o levara à descoberta da história, a qual, então, ele passa a contar. Com a morte de José Dias, Marta tenta o suicídio, exatamente como fora o de sua mãe. Mas disto é impedida, graças ao socorro do pai e dos trabalhadores que se encontravam nas proximidades do local. 

Ocorre, então, um incidente que vem a ser decisivo para seu casamento com o tio. Zeferino, sempre desejoso de vingança, tenta assassinar o pai de Marta. Gravemente ferido, Simeão, ainda em risco de vida, faz a filha prometer-lhe que se casaria com o tio. Promessa cumprida: Marta casa-se com Feliciano. 

Mas, com isso, agravam-se os sinais de sua doença, tida como hereditária: aos ataques epiléticos, somam-se os sintomas de uma neurose progressiva, marcada pela obsessão amorosa. Casa com o tio, de quem teria cinco filhos em sete anos, esta aliança nunca ultrapassaria o plano físico: em sua obsessão amorosa ela continua, e estará sempre, ligada emocionalmente a José Dias. Nele concentram-se todas as suas afeições e enlevos. 

É somente à memória de José Dias que ela continuamente se refere. A história finaliza com o marido, já adaptado ás circunstâncias desta estranha vida conjugal, preocupado, sobretudo, com os negócios e a crescente riqueza, e com os filhos, já casados. Marta, até o final, permanece indiferente à realidade. 

Adaptado de Maria Aparecida Santilli, Literatura Comentada: Camilo Castelo Branco, ed. Abril, 1980.