Resumo II sobre o Socialismo

Trabalho pronto escolar de história sobre o Socialismo.

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Resumo II sobre o Socialismo

Corrente de pensamento  que se desenvolve a partir do século XIX em oposição ao capitalismo e ao liberalismo. Propõe uma organização social na qual é abolida a propriedade privada, a sociedade de classes e a chamada exploração do homem pelo homem. A palavra origina-se do termo latino socius (camarada) e aparece pela primeira vez no periódico francês Le Globe (1832). Há diferentes formas de socialismo. Algumas doutrinas pregam o controle rigoroso e autoritário do Estado na economia e na sociedade; outras permitem maior descentralização, com o planejamento do Estado.

Doutrinas – O pensamento socialista é primeiramente formulado por Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), que desenvolvem o chamado socialismo utópico. Esse nome vem do fato de seus teóricos exporem os princípios de uma sociedade ideal, sem indicar os meios para torná-la real. Defendem a socialização dos meios de produção, a supressão da herança, a proteção do indivíduo mediante leis sociais, a abolição da moeda, a produção sem fim lucrativo, o ensino para todos e a igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) desenvolvem a mais célebre teoria socialista: o Socialismo Científico ou Comunismo. Influenciados pela filosofia de Hegel, defendem a organização da classe trabalhadora como força revolucionária para tomar o poder político. O Manifesto do Partido Comunista  (1848), assinado por Marx e Engels, e O Capital (publicado em 1867, 1885, 1894 e 1905), a principal obra de Marx , expõem os princípios da concepção materialista da história e propõem a socialização dos meios de produção.

Em fins do século XIX, surge o socialismo cristão, também chamado de catolicismo social. Prega a aplicação dos ensinamentos cristãos para corrigir os males criados pela industrialização e defende a organização sindical e a justiça social. Com a encíclica Rerum novarum (1891), tida como uma resposta conservadora ao Manifesto Comunista, o Papa Leão XIII (1878-1903) reconhece a gravidade da questão social produzida pelo capitalismo, mas rejeita as soluções revolucionárias ou igualitárias, apela para os bons sentimentos dos patrões em relação aos seus empregados para promover uma igualdade fraternal entre os homens.

Socialismo no poder – Em 1864, é realizada a Primeira Internacional dos Trabalhadores e estes começam a lutar pelo poder por meio de partidos socialistas e sindicatos operários. Sete anos depois, a Comuna de Paris instaura uma democracia proletária (ditadura do proletariado) na França, mas a experiência só dura dois meses, pois os exércitos franceses leais ao as elites, e apoiados por mercenários alemães entra em Paris e promove um grande massacre entre os proletários e socialistas. Em 1917, socialistas tomam o poder na Rússia, instauram a ditadura do proletariado, sob o nome de Socialismo Real. Esse socialismo espalha-se para vários países.

Com o desmantelamento da URSS em 1991, o sistema chega ao fim nas ex-repúblicas soviéticas e países do Leste Europeu. Atualmente, os governos socialistas do Vietnã, Cuba e China adotam alguns princípios capitalistas de economia de mercado.

Comunismo

Doutrina e sistema econômico e social baseados na propriedade coletiva dos meios de produção. Tem como ideal a primazia do interesse comum da sociedade sobre o de indivíduos isolados. Esta noção surge já na Antiguidade. Em seu livro A República , o filósofo grego Platão (427 a.C.?-347 a.C.?) defende a propriedade comum dos bens para anular o conflito entre o interesse privado e o do Estado. Mas é no pensamento cristão que surgem os primeiros ideais comunistas para toda a população. Esses ideais acompanham a civilização cristã na Idade Média e no Renascimento. As grandes utopias sobre o comunismo surgem nos séculos XVI e XVII. Em 1516, o pensador e estadista inglês Thomas More (1477-1535) escreve o livro Sobre o Melhor Estado e sobre a Nova Ilha Utopia, mais conhecido como Utopia. Nele não há menção à propriedade comum, mas a estrutura social proposta é um comunismo embrionário.

Comunismo marxista – O Manifesto do Partido Comunista , escrito em 1848 pelos pensadores alemães Karl Marx  (1818-1883) e Friedrich Engels  (1820-1895), afirma que o comunismo seria o estágio final da organização político-econômica humana, mas não o final de suas contradições e da sua história. A sociedade viveria num coletivismo, sem divisão de classes nem a presença de um Estado coercitivo. Para chegar ao comunismo, os marxistas  prevêem um estágio intermediário de organização, o socialismo, que instala uma ditadura do proletariado para garantir a transição. Essa ditadura promove a destruição completa da burguesia, abole as classes sociais e desenvolve as forças de produção, de modo que cada indivíduo dê uma contribuição segundo sua capacidade e receba segundo suas necessidades. Para os marxistas, a construção de uma situação de abundância permitiria a supressão dos salários e a extinção total do Estado.

Governos comunistas – Em 1917, a Revolução Russa instala no poder os defensores do comunismo. Sob a liderança do russo Vladimir Lenin  (1870-1924), é estabelecida a ditadura do proletariado e o Partido Comunista controla o governo com o objetivo de fazer a transição entre o capitalismo e o socialismo. Os princípios e métodos adotados são conhecidos como leninismo. Com a morte de Lenin, assume o político Josef Stalin (1879-1953). Ele suprime a oposição, promove a coletivização da terra, a industrialização acelerada, o planejamento centralizado e controla os partidos comunistas de todo o mundo. Sua política é chamada de stalinismo, marcada por contradições e por uma visão radical e estreita do Comunismo, o que leva a deformação do leninismo.

Após a 2ª Guerra Mundial  (1939-1945), os países do Leste Europeu adotam o modelo do Socialismo Real, depois de serem liberados do nazismo pelo Exército soviético. Em 1949, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung  (1893-1976) tomam o poder na China. O sistema espalha-se por vários países do Sudeste Asiático (Índia, em 1941; Mianmá, Malásia, Indonésia e Coréia do Norte, em 1948; Vietnã do Norte em 1954; Laos e Camboja, em 1970; e Vietnã do Sul, em 1975), da África (Benin, em 1972; Guiné-Bissau, em 1974; Angola e Moçambique, em 1975) e Cuba, em 1959.

Queda do Muro de Berlim – Na década de 70, já há indícios da crise do sistema político soviético. Os movimentos nacionalistas crescentes, aliados a décadas de escassez econômica e governos arbitrários, estimulam mudanças no Socialismo Real. Em 1985, o presidente soviético Mikhail Gorbatchov  inicia um programa de reforma política, econômica e social (perestroika), que traz à tona divergências dos Estados soviéticos. A Queda do Muro de Berlim , em novembro de 1989, marca o início da extinção do regime comunista no Leste Europeu e provoca uma crise generalizada nos partidos comunistas, que, na sua maioria, abdicam ao nome, programa e ideologia. Em 1991, a URSS desintegra-se e as ex-repúblicas soviéticas formam a Comunidade de Estados Independentes  (CEI). Sobrevivem, contudo, os governos comunistas da Coréia do Norte, Vietnã, Cuba, China e outros países. Com exceção do primeiro, que ainda é um regime bastante fechado, os demais países já adotam algumas medidas econômicas de mercado aberto.

Atualmente a Rússia vive uma constante e violenta crise econômica resultante da adoção dos modelos de desenvolvimento neoliberais, ocorrendo o fortalecimento de partidos políticos de extrema direita e a reorganização dos partidos comunistas em toda a ex-URSS. Nas últimas eleições parlamentares os comunistas conquistaram a ampla maioria do parlamento russo e posteriormente, nas eleições presidenciais quase derrotam o presidente Yeltsin que concorria na sua reeleição.