Resumo Banquete com os Deuses - Luís Fernando Veríssimo

Resumo do Livro Banquete com os Deuses de Luís Fernando Veríssimo.

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Resumo Banquete com os Deuses - Luís Fernando Veríssimo
Banquete com os Deuses

Em Banquete com os Deuses, o escritor gaúcho divide com o leitor 73 crônicas divertidas, ternas e peculiares sobre sua relação com a arte e a cultura: 

Ele tinha cinco anos, quando assistiu a "Paixão de Cristo", no colo da empregada, no velho cinema de sua cidade. "Que marcas terá deixado no espírito do autor aquela conjunção de apelos, o martírio do Senhor e o colo da empregada?", pergunta-se Veríssimo ao recordar-se do início de sua grande paixão pelo cinema. Para o adolescente era o beijo dos atores que intrigava nos filmes de censura livre: eram de verdade ou existia algum truque?

Em suas aventuras literárias, o autor cria em No céu uma hilária e inusitada conversa entre o descrente Ítalo Calvino, Jorge Luis Borges e Nabokov enquanto bebem um chá — "a única bebida para passar a eternidade, segundo Borges, embora Calvino argumente que algo mais forte faria a eternidade passar mais depressa".

Em Fascínio, ele defende que François Truffaut foi o único dos grandes cineastas de sua geração que não perdeu o deslumbramento que tinha pelo cinema quando era apenas um espectador.

Já em Woody Allen e as lamúrias da existência ele ressalta a capacidade do cineasta americano de aproximar pequenas e grandes questões humanas, e ainda fazer rir com isso (ou por causa disso).

Miles ahead, fala sobre o mais revolucionário dos trompetistas / pistonistas do jazz, Miles Davis.

Em Porter e Gershwin ele compara as vidas e os sons dos dois maiores compositores populares americanos.

E ainda, em Torturante band-aid, cita o famoso verso de Aldir Blanc na música "Dois pra lá, dois pra cá".

Além de cinema e música, Veríssimo fala muito de literatura nas crônicas. Na conhecida e cheia de citações Borgianas, por exemplo, ele joga xadrez com Jorge Luis Borges, que já foi personagem de seu romance Borges e os orangotangos eternos. Há também Oscar Wilde, James Joyce, Edmund Wilson, Aldous Huxley... E visões mais pessoais de alguns escritores, como Jorge Amado, sobre quem, pouco depois da morte do romancista baiano, Veríssimo escreveu que era sempre chamado por ele de "João", porque quando era menino Jorge passara um tempo escondido da polícia política na casa de Érico Veríssimo e achou que o filho do amigo não tinha cara de Luis Fernando, mas de João.

Ainda há a pintura, em crônicas como Seios e Rembrandts e As torres do Morandi. E o teatro, como em Interação, em que fala, com direito a referências ao teatro grego e a Shakespeare, de seu temor de ser apanhado na platéia por um ator.

O que há, sobretudo, em Banquete com os deuses é o casamento entre humor e erudição que está na base do estilo de Veríssimo, ao mesmo tempo popular e sofisticado. O que ele escreve sobre Woody Allen se aplica muito bem a ele mesmo.

Banquete com os deuses reúne textos assim. Lembranças do menino sensível e seu deslumbramento diante da magia da grande tela. Confissões de um cinéfilo entusiasta, falando dos filmes, astros e estrelas que marcaram sua vida. Impressões do leitor voraz ao longo de suas aventuras literárias. Devaneios de um amante da música, melodiosos como um bom improviso de jazz.

Truffaut, Fellini, Chaplin, Flaubert, Marquês de Sade, Miles Davis, Cartola, Chico Buarque, Chet Baker, Salvador Dali estão todos aqui, neste livro em que Veríssimo celebra suas grandes paixões.